quinta-feira, 7 de outubro de 2010

A EGRÉGORA MAÇÔNICA

Apalavra egrégora é derivada de “egrégoroi” que no grego eclesiástico significa vigilante, que vigia. Reflitamos sobre este aspecto importante presente no coração da Tradição Primordial. Ela apresenta uma fase visível e outra invisível da seguinte forma: No mundo material, uma corrente formada pelos oficiais e obreiros com seus respectivos cargos reconhecidos e aceitos, conforme o rito da maçonaria universal, estando o Grão-Mestre Geral no ápice dessa pirâmide temporal. Representando um estágio mais interior, mas em sintonia com o conjunto hierárquico visível, há o Supremo Conselho, o Soberano Grande Comendador e a personalidade oculta que o mesmo representa no Santo Império da Franco- Maçonaria. Coroando esse conjunto e em plena harmonia com a Criação Universal, existe a Ordem Hermética (no plano superior) composta pelos Grandes Iniciados, alguns dos quais responsáveis pela maçonaria no Mundo Superior. Nesse nível supremo não existe mais distinção de Ordem iniciática A ou B. Há a presença eterna e iluminadora da Grande Irmandade Branca e das Hostes Celestiais. A árvore sephirótica da Tradição Cabalística, representada através dos altares dos Templos Maçônicos, retrata, entre outras coisas, os vários estágios de ação hierárquica da egrégora. Os sephiroth representam também, os níveis hierárquicos de consciência e indicam a ascensão do homem na senda do grande retorno. A sephira tiphereth, constituindo o coração do Templo, simboliza a harmonização do divino com o humano e o mais alto estágio que o homem pode atingir em sua evolução: o “estado Cristico.” A invocação possante e poderosa à Ordem Superior e Invisível é feita em todas as reuniões maçônicas através da tríplice bateria que é dada no trono do Venerável Mestre (Kether) e nos altares do 1° e do 2° vigilantes. Outra alusão à Hierarquia Celestial é realizada quando o irmão responde que o venerável mestre saúda por três vezes três. (Vejamos o seguinte trecho de “A Divina Comédia” de Dante: “... os primeiros círculos são formados por Serafins e Querubins. Assim velozes, seguem os liames que os mantêm unidos a Deus, no desejo de se assemelhar ao Ponto quanto possam, e tanto mais podem quanto mais sublime é a visão que pela proximidade têm do Ponto. Os anjos que ao redor desses giram chamam-se Tronos pelo divino aspecto. E com ele se conclui a primeira Hierarquia Angélica. (...) perpetuamente entoam hosanas ritmadas em tríplice harmonia, a ressoarem a tríplice ordem da bem-aventurança. Nesta hierarquia encontram-se três divinas essências: a primeira são as Dominações; seguem-se as Virtudes; as Potestades são a terceira essência. Girando nos penúltimos círculos estão os Principados e os Arcanjos, sendo o último dos Anjos festivos. Todas essas ordens miram para o Alto e para o Alto propendem, pois que para Deus todas são atraídas, todas atraem”. Dante Alighieri – A Divina Comédia – Canto XXVIII – 94 Paraíso.
No plano humano, a egrégora é formada a partir das irradiações energéticas do nosso ser que nos circula, formando um campo magnético. Ela foi firmada quando a primeira idéia ou pensamento foi desencadeado, visando à formação da Ordem Maçônica. Desde esse passado longínquo, vem sendo alimentada e ampliada pela força mental das personalidades eminentes que patrocinaram o Movimento Maçônico e daquelas que, ao longo dos séculos, foram iniciados. Essa conjunção de força e poder iniciático constituem a personalidade de psíquica da Maçonaria – seu Inconsciente Coletivo. Em outras palavras, os pensamentos e a consciência dos maçons que estão aqui na terra e em mundos superiores formam a “Poderosa Egrégora Maçônica” – um princípio superior em ação na terra.
Toda Organização Iniciática autêntica é apoiada por um dos 144 Mestres da Grande Fraternidade Branca, em outras palavras. O Ser responsável pela Tradição de uma Ordem de Iniciação nos planos superiores tem o título de Hierofante. Por exemplo, o Hierofante da Ordem Rosa+Cruz, AMORC é Mestre Kut Hu Mi- O Ilustre. O Ser Cósmico responsável pela Franco-Maçonaria é o Mestre AMATU – o Oculto.
Num de seus manuscritos secretos, dirigidos à determinada categoria de iniciados ele diz: ...“esta ó leitores é uma concepção da maçonaria e a esta Ordem pertence o autor”. As vibrações emanadas da Egrégora Maçônica se refletem em benefícios práticos e transcendentais;
1. Irradia para o universo os ideais e as altas aspirações da Fraternidade, conforme expressado nos Ritos;
2. Insufla vida nos símbolos, inspira os dirigentes, oficiais e obreiros a agirem em determinada direção, tendo em vista a realização da obra;
3. Une os irmãos (cimento místico) torno dos altos propósitos da Organização, mantendo coesa sua tradição e preservando-a para as gerações do amanhã;
4. Auxiliar-nos a compreender princípios herméticos e os mistérios da Ordem, conhecimentos sublimes que não se encontram em livro algum, podem nos ser revelados, quando nos colocados em sintonia com as vibrações da egrégora;
5. Proporciona sensação de segurança, companheirismo, harmonia, soberania e realeza (observem como faz bem ao nosso ser, as reuniões maçônicas);
6. Atualizada a linha de ação da maçonaria, conforme as necessidades da época; inspirando a criação de projetos, idéias ou atividades que possam auxiliar a humanidade. Em outras palavras, atualiza as ações da maçonaria com o “espírito do tempo”;
7. Revela – nos acontecimentos que estão se processando no mundo.
É a egrégora e tudo o que a representa que autentica a maçonaria como Ordem Iniciática, distinguindo-a de uma associação meramente profana. Graças a essa contraparte interior, sua mensagem atravessou os milênios;
8. É a Egrégora quem primeiro reage contra pensamentos ou idéias sórdidas emanadas por elementos desarmonizados ou mal intencionados da Maçonaria. Por isto, constitui gravíssimo erro, no âmbito da egrégora maçônica, vibrar na baixa faixa vibratória do mal irradiando ódio, rancor, desrespeito ou tramando contra irmãos. Tais elementos inspirados pelas forças do mal terão que se ajustar às leis cósmicas do carma de uma maneira penosa. Sem saberem estão simplesmente, colocando uma cruz mais pesada em seus próprios ombros.
Parte dos maçons despreza o aspecto transcendente da organização, valorizando mais o social e o político. Tal atitude em nada muda a lei hermética e a egrégora indiferente às limitações da humana condição, continuará cumprindo sua função na Obra da Criação Universal.

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